Família

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quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

ANO NOVO REALMENTE NOVO

O que é um ano novo? Para mim é uma convenção que funciona. Pesquisei que foi o imperador romano Júlio César que decretou o dia primeiro de janeiro como dia do ano novo por causa do Deus Jano,  O deus dos portões. Ele tem duas faces. Uma para frente, voltada para o futuro e outra para trás, voltada para o passado. Enfim, o dia do ano novo pode variar conforme outras culturas ou religiões. Mas uma coisa é única: renovação da esperança. Por isso digo que é uma convenção que funciona. Parece que nessa época do ano, nós somos imbuídos de sentimentos nobres. Parece que ganhamos força e conseguimos pegar um fôlego para continuarmos a nadar nesse mar que se chama vida.

Carlos Drummond disse que quem teve a ideia de dividir o ano em fatias, industrializou a esperança. Porque doze meses são suficientes para levar a pessoa à exaustão. Aí vem o ano novo e nos enche de esperança. Concordo com ele. Não sei onde começou essa superstição - sim, eu acho que é uma superstição - mas funciona assim mesmo.

 Confesso que eu perdi um pouco disso, mais embaixo vou dizer o porquê. Posso afirmar que 2014 foi o ano mais difícil da minha vida. Ao mesmo tempo foi o pior e o melhor. Eu descobri que o ser humano pode ser incrível, mas também pode ser abominável. E muito do modo como ele vai se comportar depende dos seus interesses. Perdi um pouco o brilho dos olhos por um lado, mas ganhei por outro. Tive desencontros, encontros e reencontros maravilhosos. Conheci pessoas incríveis e pude ver como o ser humano pode ser bom, caridoso e altruísta. O saldo foi positivo. Até porque o que não mata, fortalece. Queria conseguir citar o nome de todos que contribuíram para o meu bem estar, a minha felicidade e o meu fortalecimento. Mas o medo de esquecer alguém não me permite. Só que devo destacar dois eventos especiais: a volta do meu irmão Fábio a Brasília, por minha causa e o reencontro da família Silva.

Bom, mais acima eu disse que havia perdido o sentimento de esperança no ano novo. Há dois motivos. Primeiro, eu sei que 2015 será mais difícil ainda. E eu conto com a ajuda, o apoio e as orações de todos. Segundo, porque minha esperança não precisa mais de dia marcado para ser renovada. Tenho que ser forte todos os dias. Preciso renovar minha esperança todos os dias.

E é esse o recado que quero deixar aqui. Quer um ano realmente novo? comemore hoje, mas permita que a alegria, a força, a fé e a esperança sentidas e vivenciadas hoje perdure por todo o ano. Não se limite ao hoje. A vida é o nosso limite!

Obrigada por terem me acompanhado e por fazerem parte da minha vida.

Um agradecimento especial ao meus pais, meus irmãos e ao Alkinder.

Feliz ano novo todos os dias.

Beijo,
Dani.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

O NATAL

Meu natal foi perfeito. A ida a casa da minha mãe foi mágica. Meus pais e meu irmão Fabio prepararam toda a casa. Teve reforma no banheiro, mudanças na fiação, cortina para eu ter mais privacidade, enfim, pensaram em cada detalhe. Eu optei por ficar na sala porque queria participar de tudo. No quarto, eu ficaria isolada. A remoção de ambulância foi estressante, mas sobrevivi. Durante minha estadia lá, eu ainda tive a presença dos meus irmãos, Andrei e Thiago, da minha cunhada Paula e das minhas sobrinhas, Luiza e Bianca. O que me deixou muito feliz.

Bom, a noite de natal. Depois de anos, reunimos toda a família Silva. Todos mesmo. Pais, irmãos, sobrinhas, avó, tios e primos. Até meu padrinho foi. Também tivemos a companhia da família da Paula e do meu amigo André. Rezei, agradeci, cantei, chorei, conversei, ri, chorei de rir e me diverti. Ganhei muitos presentes. Mas meu maior presente foi ter todo mundo reunido e ver o brilho de emoção e felicidade nos olhos de cada um. A doença me ensinou a ler os olhos do outro. E isso é muito bom porque eu preciso de pouco para entender alguém. E eu vi os olhares ternos de todos. Também ouvi a Bianca gritando "presente" logo após nossa cantoria porque estava doida para abrir os presentes. Uma graça. E além disso tudo, ainda pude ver a Luiza e a Bianca distribuindo os presentes, vestidas de mamãe noel. Foi muito gratificante ver o esforço de cada um para estarmos juntos. E é isso que faz a diferença na nossa vida: dedicação. Sou grata a Deus por ter tanta gente que se dedica a mim.

Tudo isso vai ficar marcado em meu coração para sempre. Foi muita emoção. Confesso que teve um momento em que fiquei revoltada por estar doente e não poder aproveitar o momento como eu gostaria. Mas, ao mesmo tempo, eu sei que tudo isso só existiu por causa da ELA. Se não fosse a doença, provavelmente, a família Silva não estaria reunida. Provavelmente, o natal teria sido bom, mas não teria sido especial. Felizmente, a doença me proporciona coisas boas também. Na verdade, é o benefício secundário da doença.

Confesso, ainda, que o processo de deixar a minha casa e o meu marido para ir a casa da minha mãe foi difícil. Assim como o processo de volta, de deixar minha mãe e voltar para casa. Pode parecer algo simples, mas não é. Envolve muitos sentimentos, medos e inseguranças. Foi tudo muito intenso. Mas posso dizer uma coisa : cada segundo valeu a pena, seja pelo que vivi, experimentei e senti. E isso tudo só aconteceu porque eu tive a ajuda, o apoio e o incentivo dos meus pais, do Fabio e do Alkinder.  

Um destaque: minha mãe fez um banner lindo com fotos do natal de 2011. Último natal que eu havia passado com meus pais e meus irmãos. Ficou lindo. Adorei.

Espero que o natal de todos tenha sido especial também. Obrigada àqueles que estiveram ao meu lado e me proporcionaram Esses momentos felizes. 

Obrigada pai, mãe, Fabio e Alkinder. Amo vocês.

Beijo,
Dani.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

CORAL ELETRONORTE

Sempre gostei de coral. Pessoas reunidas para um bem comum me fascinava. E a música? Ah, a música... Para mim, tem o poder de regenerar a alma. Sonhava em cantar em um coral. Mas quando tentei, o maestro disse que minha voz era horrível. Fora que eu queria ser soprano, mas minha voz era contralto. Enfim, sonho engavetado. Só que o fascínio continuava.

Minha prima que trabalha na Eletronorte  fez o contato. Disse que o coral quEria vir aqui. Fiquei feliz e lisonjeada. Seria maravilhoso recebÊ-los. Divulguei para alguns vizinhos que vieram. O pessoal chegou tímido, mas havia uma luz, uma ótima energia. Eles trouxeram teclado e outros instrumentos. Não acreditei. Quando começaram a cantar, a emoção tomou conta de todos nós. Achei que alguns não conseguiriam cantar. Mas como eu disse, a música regenera a alma. Mais do que lindas vozes, eu vi olhares repletos de ternura e afetuosidade. Na hora, agradeci a Deus pelo momento. Aí, eu pensei como eu era privilegiada. Quanto carinho eu recebi. E vou falar uma coisa, momentos assim não têm preço.

Começaram com músicas de natal, depois samba e outras mais. Por mim, ficavam aqui para sempre. Mas teve que terminar. Deixaram um gostinho de quero mais. Bom assim! Gostaria de agradecer a Elaine por ter tido a ideia de vir e aos demais por terem aceitado. Vocês marcaram minha vida, não só pelo que vi e ouvi, mas pelo que senti. obrigada por esse presente. E eu que estava triste por vários motivos, fiquei feliz.

Antes que eu me esqueça, Edite, vou esperar o cineminha com a nossa peça de teatro!

Para quem não sabe, trabalhei na Eletronorte, como terceirizada, no período de março de 2005 a março de 2006.

Obrigada! Obrigada! Obrigada!
Beijo e feliz natal!
Dani.