Família

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sábado, 12 de abril de 2014

FAMÍLIA

Sempre vejo nesses programas de TV a cabo que é comum, pela lei da selva, um grupo de animais abandonar um membro que está doente ou ferido. Mas o que mais me chocou foi o vídeo de uma tigresa que abandonou seu filhote porque ele ficou paraplégico após uma briga com outro animal. A mãe ia andando e o filhote gritava (ou chorava) porque não conseguia acompanhá-la. Muito triste! Talvez esse vídeo tenha mexido comigo por causa da minha história. 

Afinal, quantas histórias de pessoas doentes, principalmente idosos, abandonados pelas famílias ouvimos por aí? Muitas, não é? E ouvimos também outras de famílias que cuidam de seus doentes. Como estou nesse meio de home-care, escuto as mais bonitas e as mais tristes histórias. E percebi que ambas são difíceis, mas as bonitas são recheadas de amor.

Como já falei em outro post, se há amor, não há como a vida de uma família continuar a mesma quando um membro fica muito doente! Nem se a doença for simples. Por exemplo: uma cirurgia de joelho simples do meu irmão mobilizou meus pais por duas semanas. Eles tiveram que ir ao Rio de Janeiro, mais especificamente em Resende, para cuidar do meu irmão. Ciúmes? Não! Porque sei que o amor está presente, afinal, somos quatro filhos e temos que dividir os nossos pais.

A minha história é recheada de amor, tenho o amor do meu marido e dos meus pais. Sou privilegiada por ter a presença deles e saber que eles não me abandonarão nunca. Tenho uma estrutura que me atende, e sou grata a Deus por isso. Muitas vezes, fico pensando naqueles que não têm a família por perto e dão sorte quando algum vizinho ou alguém da comunidade ajudam. Porque há pessoas com ELA que não têm nada, nem um olhar carinhoso.

Quando estive em tratamento no HRAN - Hospital Regional da Asa Norte, em Brasília, fiquei sabendo de uma paciente com ELA que era cuidada pela filha de sete anos. Os pais já estavam falecidos, era filha única por parte de mãe e não se dava bem com os irmãos por parte de pai. Morava no fundo da casa da ex-sogra, pois era separada. Ela só tinha a filha, uma menina que foi obrigada a crescer antes da hora, e que fazia tudo pela mãe. A levava ao banheiro, dava-lhe banho e comida, faxinava a casa... Prestava todos os cuidados que deveriam ser feitos por um profissional. Ah, a menina ainda estudava. Quando estava na aula, a mãe ficava na cama, esperando a filha chegar para cuidar dela. Uma história muito triste de uma criança, que por amor, mudou toda a sua vida. E não reclamava, pelo contrário, ela sempre perguntava o que poderia fazer para que a mãe ficasse boa. Coitadinha! Já fazia tanto! Isso faz dois anos e não tive mais notícias.

Não me cabe aqui fazer julgamentos, mas nós vemos muitos adultos que são incapazes de cuidar dos próprios pais, e, por outro lado, vemos a história de uma menininha que abdicou da sua infância pela mãe. Uma mãe cuida de dez filhos, mas dez filhos não cuidam de uma mãe. Bom, há de tudo nessa vida... cada caso é um caso e cada um sabe de si!!! Mas, como estou doente, a minha visão das coisas da vida mudou.

Beijos,

Dani.

11 comentários:

  1. Estava com saudades dos seus posts. Você é uma pessoa cercada de amor e carinho. Um privilégio e uma benção. Mesmo não tão perto como gostaria penso e rezo por você sempre. Minha grande amiga de lembranças mil. Obs: todas repletas de carinho, cumplicidade e lealdade. Te amo

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  2. Família é tudo. Sou louca pela minha. Graças pela sua. Bj

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  3. O documentário choca e deixa a gente triste. Senti isso quando vi. O bando, infelizmente, para sobreviver tem que abandonar os doentes, velhos e feridos. Talvez esteja ai a tal diferença entre humanos e animais. Não sei. O que importa mesmo é estar cercada de amor, carinho, compreensão e tudo o que uma família, com todas as brigas que acontecem, podem nos proporcionar. Uma hora dessas crio coragem e vou ai te ver. bjus te amo

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  4. Oi Dani, hj vejo tbem como a familia é tudo. Nada cobre o amor familiar. Bjs

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  5. Dani, querida! Na minha trajetória de consultório, já vi de tudo: familiares se desdoobrando para cuidar de uma pessoa doente, familiares que se afastam para não ter que lidar com a doença, pessoas que são acolhidos pelos amigos ao invés da família....Difícil julgar! Mas penso que em algumas situaçoes, lidar com o fato de que uma pessoa amada está muito doente, deve ser extremamente sofrido e aí, há quem se afaste, por covardia...Penso que temos que lidar com o ser humano que está adoecido, não com a doença que o acomete!!E aí, cada um reaje de um jeito...Gosto muito de vc, muito! Força e fé!Bjo grande Liti

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  6. Dani,eu vejo muito isso na escola da Tatá .Impressionante como no dia das mães vão todas em peso mas no dia dos pais uns cinco gatos pingado.Infelizmente muitos pais quando a criança nasce com algum tipo de deficiência abandona a família ai fica a mulher sozinha cuidando do (a)filho(a).O pessoal da escolinha da Tatá fala que a minha família é uma das poucas que participa de tudo que é reunião,festa ou qualquer tipo de evento.Eu e a minha irma mais velha sempre ajudamos os meus pais a cuidar da caçulinha....nosso xodó.Agradecemos a Deus por ter nos colocado nas nossas famílias....nem todo mundo teve a sorte de ter a família como a nossa.Adorei reve-la e tb a sua mãezona.bjs para essa minha amiga querida.

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  7. Filha minha, como todos nós te amamos. Feliz por vc se sentir amada por todos. Hoje, o maior exemplo de amor por vc é do seu irmão Fábio que está voltando para BSB para ficar mais perto de vc e nos ajudar, nos amparar e viver junto com todos nós esse momento difícil.Sinta-se muito amada por todos, vc merece esse amor. Que Deus te ampare e te abençoe. Força e luz. TE AMO MUUUUUUUUUUUUINTO.Bjus.

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  8. Que bom ler mais um texto seu, Dani. Que essa Páscoa seja repleta de amor, carinho e esperança para todos nos. Ele venceu! Nos também venceremos! Um abraço virtual.

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  9. Miga, desejo te um feliz páscoa!Lembre se sempre que vc é uma amiga muito querida....agora não estou fazendo cursinho terei mais tempo para visita-la.Desculpe me o monte de baboseiras que falo....mas eu adoroooooo....danadinha...bjs

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  10. oi Dani...lendo seu depoimento, vejo como a família é importante...é igual a casamento.... na alegria e na tristeza.... e eu acredito muito nessa parceria...Família? a minha é a melhor.... assim como o cicrano falaria e o beltrano. também...
    O amor? o amor fraternal é o amor sem ciúmes, sem cobranças.....
    Estamos passado por um momento tb especial por aqui..... e a cada dia observo o poder da união, da família e dos amigos.... Sem essa dupla seria difícil entender o que a vida manda para a gente,,,,,

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  11. È verdade, Dani. Familia é tudo... E quando nos aproximamos da velhice, percebemos o quanto precisamos deste laço para superar nossos limites e carências. Espero que você tenha tido uma excelente páscoa e fiquei muito feliz em ver seu post. Beijos,

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