Família

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domingo, 9 de março de 2014

O SOM DO SILÊNCIO

Sempre fui faladeira, daquelas alunas que ficavam o tempo todo conversando em sala de aula. Sempre gostei de falar e de gente. Não foi à toa que me formei em psicologia e fui trabalhar com recursos humanos. Aprendi várias formas de comunicação, mas, a comunicação verbal, pelo menos para mim, é uma das formas mais rápidas e talvez mais eficaz de comunicação.

Desde que nascemos, aprendemos a utilizá-la de modo eficaz. É choro de fome, de manha, de sono e a mãe consegue distinguir todos os tipos de som emitidos pelo seu filho. E assim crescemos, desenvolvendo a fala.

No contexto da minha doença, meu maior medo é a perda da fala. Como seria a minha comunicação? O piscar de olho diante de uma folha de papel com o alfabeto escrito não é suficiente para quem tem tanto gosto e tanta necessidade de fala.

E agora que a minha voz está indo embora, só me sobra o desespero e o som do meu silêncio. Quando tento participar de alguma conversa e as pessoas não entendem o que balbucio, ou quando não consigo falar nada, eu me desespero e percebo que o som do meu silêncio para os outros é somente a ausência de barulho, mas, para mim, o som do meu silêncio é ensurdecedor, pois a minha voz grita e meus pensamentos ecoam em minha mente.

Sobre esse assunto, indico o filme "O Escafandro e a Borboleta". Vale a pena e gostaria de feedback depois!

Beijos,

Dani.

12 comentários:

  1. Sempre aprendendo muito com seus textos explicitando seus sentimentos...
    Beijo, Dani!!! ❤️❤️❤️❤️

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  2. Cada dia me surpreendo com tantos ensinamentos e me policio antes de cometer algumas falhas qdo lembro de seus textos...saiba que está sendo uma mestre com lições reais....Bjs

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  3. Certas circunstâncias na vida não nos pertencem.
    Seu desprendimento em partilhar suas lições conosco, certamente, lhe confere o "´titulo" de grande ser humano!!!
    Beijos, Hildemária

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  4. Mas do que compartilhar essa sua jornada Dani, você tem ensinado a muito quem quiser partilhar contigo esse caminho. Te amo.

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  5. Dani,
    muitas vezes analisando os contrastes, os extremos, é que encontramos o ponto de equilíbrio que nos leva a perceber a harmonia e a perfeição existentes em todas as coisas.
    Talvez seu silêncio venha a ser mais eloquente que mil palavras;
    pode ser que sua fraqueza física seja a expressão visível de sua fortaleza espiritual;
    quem sabe o seu insulamento não venha a lhe aproximar mais da essência das pessoas?
    Certeza é, porém, que seu exemplo toca a todos nós, e ao ser compartilhado tem o potencial de ajudar a muitos que trilham caminhos semelhantes, de forma que sequer imaginamos, tal qual as asas de uma borboleta...

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  6. Dani,
    Por mais que a realidade seja desesperadora, lute para que as outras formas de comunicação, seja via alfabeto, o computador adaptado, um olhar, sejam eficazes.
    Não se esqueça que você é capaz.
    Espero em breve poder lhe dar uma boa noticia.
    Abs, Fábio

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  7. Dani, você deve continuar na descoberta e no valorizar cada progresso pois assim vc irá se surpreender com td que é capaz, aliás já começou muito bem ao utilizar sozinha o computador lembra? Saber valorizar tudo isso vai te ajudar muito e principalmente proporcionar novas maneiras de se comunicar, acredite. Bjs

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  8. Dani, minha amiga, a voz realmente é algo muito importante nas nossas vidas. Há alguns anos perdi uma das pessoas mais importantes da minha vida, minha irmã mais velha, até hoje lembro de sua voz, seus conselhos e durante muito tempo ligava para seus telefones para ouvir as mensagens da secretária eletrônica que ela tinha gravado.

    Você é uma guerreira, uma tagarela de mão cheia, posso assim dizer, porque expressa suas idéias por aqui. Acho ótimo, fantástico tudo que escreve, pois você consegue passar para os bits os seus sentimentos mais profundos, seus medos, anseios e esperanças.

    Sua voz está guardada comigo, sempre lembro... Seu jeito louco e frenético de falar. Falava muiiiiito e muito rápido, aff, quem aguenta? kkkk

    Semana que vem estarei de volta e gostaria muito de te ver novamente, já com a promessa realizada, kkkkk. Vou levar a foto!

    Fique tranquila e não se esqueça que NO FINAL DÁ TUDO CERTO! Beijo no coração!

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  9. Dani ( desculpe a intimidade, mas desde que a Vivi compatilhou o seu blog no face eu a acompnho),

    Eu teria uma infinidade de comentários pra fazer sobre as reflexões que seus textos despertam em mim. Mas, por hoje gostaria que soubesse que o som do seu silêncio me alcançou transformado em palavras sinceras neste blog e estou certa que você encontrará um recurso alternativo (sei que não será equivalente a sua tagarelice) pzra sua comunicação.
    Abraços,
    Juliana.

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  10. Dani,

    nós que estamos com nossas destrezas meio que por inteiro, muitas vezes temos medo do silêncio. Ele revela tanto sobre tudo que torna as percepções mais aguçadas.
    Talvez o silêncio, para ti, seja apenas mais uma forma de comunicação. Um diálogo muito intenso de você consigo mesmo. Daí praticar o exercício da paciência consigo mesmo...

    Mudando um pouco de assunto, quero levar a Clarissa para te ver ... Imagino que você já está com saudade da baixota. Sempre que puder vou estar zapeando por sua página. Ela nos conta muito sobre a vida ...

    Beijos querida.

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  11. Vc sempre foi faladeira mesmo! Quantas broncas já levamos em sala por causa disso?? Rsrsrsrs. Era assunto que não acabava mais! Hoje, com sua força e vontade vc está encontrando outras formas de se comunicar e sei que está conseguindo! Cada obstáculo e cada mudança que surgem são bem menores que a garra que vc tem!! Bj

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  12. Nossa, Dani. Mesmo não tendo te visto nos últimos 20 anos, eu consigo ouvir claramente sua voz ao ler seus textos. Nossa memória impressiona, não e? Repito: tenho sido muito edificado com essas leituras. Fica com Deus, nosso melhor amigo e que sempre reconhece a nossa voz. Um abraço amigo.

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