A doença sempre traz algo de bom. Para mim, ela fez com que me aproximasse de uma religião e acho que comecei bem: fui estudar a doutrina espírita. A doutrina me ensinou muito. Antes, eu achava que o fato de não ser uma pessoa má, já me fazia uma pessoa boa, de bem. Quanto engano!!!
Descobri uma coisa chamada caridade e ainda, que para praticá-la e ser uma pessoa boa, do bem é necessário ação, atitude. Ou seja, nunca pratiquei a caridade. Não tinha tempo!!! Que absurdo! Hoje, eu sei o que é caridade na prática porque tenho pessoas que de estranhas passaram a amigas e dedicam seu tempo a mim.
Acredito que a maior caridade que podemos fazer por alguém é doar o nosso tempo. Poucos somos os que doam um dos nossos bens mais valiosos. Eu não fazia. E agora, que preciso e desejo o tempo do outro, eu percebo que as orações são ótimas e bem vindas, mas só elas não bastam. Ser amada é ótimo, mas, só amar não basta. É necessário ações que na maior parte das vezes são simples.
Um paciente acamado precisa ter a família bem perto, de doçura na voz, de paciência, de nenhuma cobrança, de carinho, de presença, de dedicação do tempo, principalmente. Sei que é difícil para todo mundo, mas se há amor, não há como a vida dos membros da família continuar igual. Isso só acontece onde não há amor, pois a doença é cruel com a família também. Todo e qualquer paciente precisa ser amado, mas o amor sem outras atitudes e sentimentos não basta. Só o amor e a caridade na prática podem salvar um doente de problemas emocionais e até dos físicos. Não há remédio melhor que esses. Nem melhor desabafo para um doente que vive com o som do seu silêncio!
Beijos,
Dani.
Dani, a cada post um grande aprendizado, para mim, claro!!! Mas este post é a maior verdade que existe. Ao doar o nosso tempo àqueles que precisam, seja por uma doença, seja pela solidão ou pelo amor, além de estarmos crescendo, estamos confortando aqueles que não queriam estar na situação que estão. Te admiro cada dia mais....beijos Chris
ResponderExcluirDani, eu concordo 1000% com você. E desde que conheci essa doença, tenho feito esse exercício, me doado, doado meu tempo aos pacientes de ELA, à Pró-Cura da ELA e a vida tem sido muito, mas muito generosa comigo, pois cada dia conheço um paciente novo, sempre pessoas iluminadas, e que me ensinam MUITO. A ter sempre um sorriso no rosto, a ter bom humor, apesar das adversidades, a ser generoso, a ter esperança SEMPRE, a ter fé em Deus.
ResponderExcluirQue Deus te abençoe. Quem sabe um dia esse ano, ou ano que vem eu vá a BSB e se vc me permitir, vá te conhecer com a Sandra e o José. Já sou seu fã e te admiro DEMAIS! Beijos,
Jorge Abdalla
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ResponderExcluirDani,qdo fiz estágio em um hospital no período da faculdade vivenciei situações com pacientes de oncologia e uti pediátrica,foi o inicio para começar a praticar a caridade,mas há 7 anos em uma fase de dor, comecei a frequentar um lugar lindo, que trabalha pela caridade e foi através da passagem de meu pai que comecei a entender e sentir o cuidado com o próximo,pois pessoas que nem me conheciam me cuidavam,algo que purifica a alma e nos faz melhor..seu capítulo,pois considero seu blog um lindo livro, foi escrito de uma forma leve e carinhosa...Deus conforte seu coração e a cada dia torne sua alma ainda mais elevada...bj carinhoso
ResponderExcluirDani, que bom que está escrevendo bastante, como te disse, você é uma escritora de mãos cheias (rs). Lindo post! Sempre digo que o amor não se declara, se demonstra. Falar que ama é fácil, temos sempre que demonstrar, agir!!! Mas às vezes sai caro. Hoje em dia time is money e muitos de nós não quer "gastar" este tão valioso tempo. Infelizmente!
ResponderExcluirEsta semana vamos aí novamente te ver, "gastar" um pouquinho do nosso tempo. As pessoas não sabem, mas vou escrever um segredo... gastar tempo com alguém na verdade é um investimento, o retorno e o aprendizado não têm preço. Foi muito bom ter ido aí e sei que vai ser maravilhoso agora também. Fique com Deus minha amiga... No final dá tudo certo! Bjs.
Dani, (posso te chamar assim?), você não me conhece, deixe-me apresentar, sou morador de São Paulo, e tive o diagnóstico da ELA em jan/2012 ( primeiros sintomas em 2010/2011). Parabéns pelo que você escreveu - bárbaro - poucas palavras e muita sabedoria e amor.
ResponderExcluirJaime, meu amigo, sou fã da Dani. Ela e uma querida, não é? Abração meu amigo.
ExcluirDani não nos conhecemos pessoalmente, mas aprendi muito através de um amigo portador da ELA, sou espírita desde que nasci , mas ver a força de vc's me ajuda nos meus momentos difíceis, que não são nada perto da luta diária de vc's, acredito em Deus e nos milagres que ele pode operar em nossas vidas, e de colocar pessoas especiais assim como vc em meu caminho.
ResponderExcluirUm grande abraço de sua nova admiradora...Fica com Deus.
Me tocou muito. E me fez refletir... E perceber quão pouco tenho doado meu tempo. Obrigada, mais uma vez pela linda lição. Vou repensar minhas ações, com certeza!
ResponderExcluirPara mim, esta linda canção do compositor e cantor Belga Jacques Brell (autor da famosa música "Je ne qui te pas") traduz um pouco do que você nos passou neste post.
Quando Se Tem Amor
Quando só se tem o amor
Para compartilhar
No dia dessa viagem
Que é o nosso grande amor
Quando só se tem o amor
Meu amor, você e eu
Para explodir de alegria
A cada hora e a cada dia
Quando só se tem o amor
Para viver nossas promessas
Sem nenhuma outra riqueza
A não ser de acreditar nelas
Quando só se tem o amor
Para enfeitar com maravilhas
E cobrir com sol
A feiura da miséria
Quando só se tem o amor
Como única razão
Como única canção
E único socorro
Quando só se tem o amor
Para vestir ao amanhecer
Pobres e bandidos
Com casacos de veludo
Quando só se tem o amor
Para oferecer em oração
A favor dos males desta terra
Como um simples trovador
Quando só se tem o amor
Para oferecer àqueles
Cuja única luta
É buscar o dia
Quando só se tem o amor
Para traçar um caminho
E ajudar o destino
Cada vez que cruzamos com ele
Quando só se tem o amor
Para falar aos canhões
E apenas uma canção
Para convecer os tambores
Então, quando não tivermos mais nada
A não ser a força do amor
Teremos na palma de nossas mãos
Meu amigo, o mundo inteiro.
ouça aqui: http://letras.mus.br/jacques-brel/59297/traducao.html
Filha, lendo seu texto, me reportei ao apóstolo Paulo, em primeira carta aos Coríntios onde ele fala sobre a caridade. " Excelencia da Caridade, cap 13: Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se nâo tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine. Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada. Ainda que distribuIsse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria!
ResponderExcluirA caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem invejq. A caridade não é orgulhosa. Não é arrogante. Nem escandalosa. Não busca os seus própios interreses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta..... A caridade é o amor em sua essência. Te amo e Jesus te proteja. Saudades.
Obrigada Dani por me fazer repensar em onde está minha caridade. Uma que poderia estar fazendo era ir te ver. Essa sua tia torta que te ama, é covarde o bastante para não querer te ver nas condições em que está. Me perdoa. bjus te amo
ResponderExcluirDani,
ResponderExcluirvejo que você compartilha amor com pessoas que nem conhece, pessoas que sofreram a dor de um diagnóstico tão pesado quanto a dessa doença, pessoas que simplesmente buscam paz.
Você é luz, capaz de irradiar emoções. É exemplo de dor e superação. Cada um que tem a oportunidade de ler seus textos, busca ser melhor no seu dia a dia.
Força e parabéns por ser e ter pessoas maravilhosas do seu lado, como seus familiares.
Dani,
ResponderExcluirConheci seu blog hoje e estou lendo todos os posts de uma só vez, não consigo parar. Vi a reportagem na televisão enquanto dava comida para meu filho...Não sei se se lembra, mas estudamos juntas na FEB, no ESDE. Estudávamos na mesma sala, você me contou algumas vezes da doença, do que estava sentindo. Naquele momento, eu não fazia ideia que essa doença tinha essa gravidade e que hoje estaria em "contato" com você e ler lindas palavras. Peço desculpas por não entender e ajudar no que eu pudesse...de não ter te procurado mais depois que parou de frequentar as aulas...fique com Deus!!!